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Diário Oficial
NOSSA CIDADE / ASPECTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO
 
ASPECTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO
   

 ASPECTOS HISTÓRICOS

O processo histórico responsável pela constituição atual do município pode ser identificado em se caráter mais longínquo, atendendo à dependência genealógica, segundo FERREIRA (1996:p.384) desde a criação de Paranaguá em 29.03.1648: Joaquim Távora desmembrou–se em 10.04.1929 de Santo Antonio da Platina, que em 31.03.1914 emancipou-se de Jacarezinho, que em 02.04.1900 originou-se de Tomazina, que se desmembrou em 06.09.1888 de São José de Boa Vista, emancipado em 24.03.1876 de Jaguariaiva, que se originou em 24.09.1788 de Curitiba, que em 29.03.1693 se emancipou de Paranaguá...

Até o final do século XIX a região ocupada atualmente pelo município era de domínio de nações indígenas que entraram em contato com os exploradores e colonizadores, geralmente paulistas e mineiros, que vinham para o lugar em busca de rios como o Tibagi, o Itararé e o Paranapanema. Outro fator de introdução dos fazendeiros na região, como afirma WACHOWICZ (1987:p.9), deve ao fundamental “contato com o elemento indígena com o objetivo de utilizar-se do índio na pretendida comunicação com a província de Mato Grosso”.

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² Mesorregião é o nome dado a cada uma das unidades da divisão do Estado do Paraná realizada pelo IAPAR para permitir a organização das demandas e a definição de prioridades regionais, portanto utilizada pela Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná.

 

Além dos paulistas e dos mineiros, houve grande influência de imigrantes na formação da sociedade local com a introdução de muitos hábitos culturais trazidos na bagagem como o gosto por músicas e danças diferentes, plantio e utilização de legumes na culinária e conhecimentos de básicas e racionais técnicas agrícolas, comerciais e de construção civil.

Dentre as várias correntes imigratórias que se estabeleceram no município ao longo de sua história, houve grupos de maior expressão eslavos (poloneses, ucranianos, russos, etc.), japoneses, portugueses, italianos, alemães, espanhóis e árabes (entre sírios ,libaneses,turcos e outros).

A formação nuclear original de Joaquim Távora remonta ao ano de 1915, cuja área era integrante da Fazenda Jaboticabal da Barra Grande de propriedade dos irmãos João Ayres e Job Ayres Dias³. Uma das maiores contribuições para o desenvolvimento do lugar se deu por Miguel Dias , o

o primeiro chefe político do Distrito de Afonso Camargo, nome primitivo do município. Em sua propriedade agrícola, às margens do povoamento, formada de uma grande porcentagem de terra roxa, em 1929 cultivava-se por volta de 30.000 pés de café.

Jerônimo Vaz Vieira e seu filho Antônio Joaquim Vieira, também estavam assentadas em terras da região e tiveram importante participação no desenvolvimento do processo de colonização do município. Nesta época existia apenas um patrimônio – Barra Grande – que aos poucos foi recebendo forte contingente populacional ocasiando principalmente pela chegada dos trilhos da Estrada de Ferro da Rede de Viação Paraná – Rio Grande. Uma passagem de MARTINS ( op. Cit.; p. 110-111 ) é memorável por conter uma certa preocupação ecológica, devido ao desmatamento da região e dados peculiares à Estação Afonso Camargo:

                        “Affonso Camargo, ha menos de um anno, era um simples pouso de sertanejos em pleno sertão bravio (...). O ramal a custo attingio aquelle ermo, a 183Km e 800m do seu inicio em Jaguariaiva e hoje Affonso Camargo é uma linda villeta com cerca de 200 predios (...). Se há logar onde se justifiquem as serrarias que abatem as árvores preciosas (...) esse logar é Affonso Camargo (...) florestas irremediavelmente condenadas, vista que a terra magnífica que as mantém, agora a civilização precisa para as culturas systemáticas do Café e do Algodão.

Como conseqüência direta da construção da Estrada de Ferro e ocupação das terras o Norte Pioneiro, o Governo do Estado vislumbrou necessidade de cercar os centros de produção com recursos que os levariam a manter contato direto, fácil e rápido com os mercados consumidores. Portanto, concomitamente, construiu-se a rodovia BR 092 que interliga o Norte Pioneiro com o Estado de São Paulo, por Ourinhos, e com o sudeste do estado do Paraná, pela BR 151 e BR 376.

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³ Job Ayres Dias passou a ser chamado de Miguel Dias alegando ter nome estrangeiro difícil de ser pronunciado na região ( segundo depoimento informal de parentes )

Ao ser elevado à categoria de Distrito administrativo de Santo Antonio da Platina, o povoado recebeu a denominação “Afonso Camargo”, numa homenagem ao então presidente do Estado, Dr. Afonso Alves de Camargo. O processo contou com o apoio do próprio capitão Miguel Dias e dentre outras pessoas, do vereador Herculano Chaves Madureira. Ao desmembrar-se de Santo Antonio da Platina, em 1929, e passou a município com o mesmo nome e, somente em 1930, passou a ser Joaquim Távora e o nome da estação ferroviária Afonso Camargo mudou para Getúlio Dornelles Vargas, o que reflete influencia dos antecedentes e da própria revolução de 1930. Segundo FERREIRA (1996; p.68):

“ Em julho de 1924 eclode uma rebelião militar em São Paulo, liderada pelo general Isidoro Dias Lopes. Major Miguel Costa e pelo Tenente Joaquim Távora. Participaram da causa os tenentes Juarez Távora, Eduardo Gomes,João Cabanas, Newton Estillae Leal e o mato-grossense Filinto Muller, que mais tarde seria expulso do grupo revolucionário.O movimento encontrou resistência de tropas legalistas, obrigando os revolucionários a abandonarem São Paulo, não sem antes disseminarem nacionalmente a rebelião tenentista. Em outubro de 1924 os paulistas combatiam em território paranaense, contemporaneamente, tropas sediadas no Rio Grande do Sul se rebelavam, respaldados por lideranças gaúchas que se opunham à situação estadual.”

O autor sustenta a colocação ao escrever sobre o nome próprio do lugar como sendo uma “Homenagem ao tenente Joaquim Távora, um dos líderes da Revolução de 1924... que morreu durante os combates” (op.cit.p.38).

Confirma-se a afirmação de FERREIRA com o documento expedido pelo Executivo, Decreto nº 332, publicado em Diário Oficial da Sexta-feira, 07 de novembro 1930:

 

“ O chefe do Governo Provisório do Estado do Paraná, em face da representação que lhe foi dirigida pela população do município Affonso Camargo, solicitando a mudança da actual designação do mesmo município para a de “Joaquim Távora”, e: considerando que a última designação tem por objectivo homenagear com justiça a memória de um dos maiores paladinos de campanha de civismo que culminou na vitória fragorosa da causa revolucionária, e considerando que essa intenção patriota corresponde ao anseio da maioria da população, não só daquele município como de todo o Paraná, de se cultuar com amor o nome e a obra dos brasileiros valorosos, decreta: Art.º Único - O actual município de “Affonso Camargo” passa a denominar se “Joaquim Távora”, respeitadas as suas divisas actuares e revogadas as disposições em contrário. Palácio da Presidência do Estado do Paraná em 06 de Novembro de 1930; 42º da Republica. (a) MARIO TOURINO (a) João de Ribeiro Macedo Filho (p.2-3).

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.Proveniente do interior do Ceará, de família com largas tradições na política regional. Segundo FAUSTO (1970;p.80) “os Távora sempre opuseram à velha oligarquia dos Acioli, dominante ao longo da República Velha, e subiram ao poder após a Revolução de 1930”.

 O autor teve a preocupação de explicar a origem do nome dos municípios e procurar fontes históricas e etimológicas

Desta forma, entre outros fatores que impulsionaram o processo de formação do atual município de Joaquim Távora, a construção da Estrada de Ferro, da estrada de rodagem como conseqüência direta para o transporte de materiais e acesso ao Porto de Paranaguá, a revolução de 1930 e os donos da antiga Fazenda do Jaboticabal da Barra Grande, foram de extrema importância.

Paulistas e mineiros movimentaram a região do atual município a partir do terceiro quartel do século XIX. Antes disso, estas paragens eram habitadas por hordas de nações indígenas. A história registra muitas ações desenvolvidas por conta do convívio dos primeiros exploradores e colonizadores com os silvícolas.

Remonta ao ano de 1915 a fundação do núcleo original, que resultou no atual município de Joaquim Távora. Naquela época, a região era parte integrante da Fazenda Jaboticabal de Barra Grande, de João Ayres e Job Ayres Dias.

Quem muito contribuiu para o crescimento do lugar foi o capitão Miguel Dias, principal povoador do núcleo colonizador, e grande produtor de café, secundado pelas famílias de Joaquim Fonseca, Jerônimo Vaz Vieira e Antônio Joaquim Vieira. Daniel Dias, irmão do capitão Miguel Dias, foi o principal fundador de Guapirama.

Com a denominação de Barra Grande, o povoado florescia e recebeu contingente populacional com a chegada da estrada de ferro à região. Outro fator de importância para o desenvolvimento regional foi a excelente qualidade de suas terras.

Quando se tornou distrito de Santo Antônio da Platina o povoado recebeu denominação de Afonso Camargo, numa homenagem ao então presidente do Estado, dr. Affonso Alves de Camargo.

Pela Lei Estadual nº 2.645, de 10 de abril de 1929, foi criado o município de Afonso Camargo. A instalação oficial se deu em 21 de setembro do mesmo ano. Um dos principais líderes do movimento que resultou na emancipação política da localidade, foi o capitão Miguel Dias e dentre outras pessoas, o vereador Herculano Chaves Madureira.

A Revolução de 1930 trouxe mudanças para o município, sua denominação, por força do Decreto Estadual nº 332, de 6 de novembro de 1930, foi alterada para Joaquim Távora, em homenagem ao antigo político que se alinhou a Getúlio Vargas, e o nome da estação ferroviária, em homenagem a este último, passou a ser Getúlio Dornelles Vargas.

 
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